Deus e o diabo, numa terra de homens
Jornal da Tarde


Criado de forma laica, Israel resistiu bem aos contratempos inicias, e há esperanças de que o judaísmo, uma visão de mundo universalista, não recue
 
 
            Em Israel, convivem o passado e o futuro de uma forma mais evidente do que em qualquer outro lugar. Ao lado do mais obscuro fundamentalismo desenvolvem-se, em suas universidades e centros de pesquisa, trabalhos de ponta em biotecnologia, medicina e informática. Nacionalistas que justificam sua atitude na Antiguidade vivem ao lado de universalistas pós-nacionais. Filhos de europeus e americanos, vindos de grandes e modernas cidades, freqüentam escolas e fazem o serviço militar ao lado de descendentes de argelinos ou iemenitas que habitam cavernas escavadas nos Montes Atlas.
            Pelo centro de Tel-Aviv (Tel é um morro que pode conter ruínas antigas e Aviv é Primavera, que quer dizer o novo, o renovado) podemos sempre encontrar garotos russos, loiros, andando de mão dada com meninas etíopes, negras, ambos uniformizados e portando submetralhadoras Uzi, arma pessoal que o soldadinho recebe no início do serviço militar e que deverá devolver apenas três anos depois do fim de seu período de treinamento. Indo um pouco mais para o deserto, na região de Beer Sheva, não será difícil vermos cidades beduínas com dezenas de milhares de habitantes, erigidas onde, há algumas décadas, havia apenas acampamentos transumantes. Lá estão eles, agora com sua agricultura implantada pela irrigação artificial fornecida pelos judeus, começando a substituir os kibutzim na tarefa de abastecer as cidades de alimentos, já que as antigas colônias coletivas socialistas, hoje já inseridas na economia de mercado, dedicam-se mais à indústria e ao turismo do que a extrair os frutos da terra.
            Mas como começou tudo isso? Como esse pequeno país, inicialmente formado por judeus europeus, falando iídiche (uma variante do alemão medieval), foi estruturado e montado? Mentes simplórias ou mal intencionadas falaram, durante décadas, que o Estado judeu era um fato colonial. Outros atribuíram a existência de Israel a uma deliberação divina, que, como tal, deveria ser cumprida sem reclamações. O discurso sionista clássico era bem mais elaborado e partia de dois pressupostos: o primeiro, o de que, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70, os judeus iniciaram sua diáspora pelo mundo e se tornaram um povo sem terra, enquanto a terra de Israel (Eretz Israel) se tornou uma terra sem povo. Havia, apenas, que fazer com que o povo sem terra voltasse à terra sem povo. Esta visão tipicamente presentista, não era tão banal como poderia parecer à primeira vista, e teve grande influência sobre historiadores que se preocuparam em mostrar, contra a evidência dos fatos, como os judeus sempre se deram mal nos lugares em que viveram.
            Primeiramente, deve-se dizer que a história dos judeus, como a de todos os povos, é feita de continuidades e rupturas. Muitos judeus deixaram de sê-lo durante a Idade Média Ocidental e parcelas importantes de cazaros e ucranianos se judaizaram por contingências históricas. Durante séculos, no Império Muçulmano e no Reino da Polônia, os judeus gozaram de privilégios que os distinguia, tanto que parte desses períodos são chamados de século de ouro da vida judaica. Só no século 19, no Império Russo, é que surgem as condições materiais que explicam o surgimento da idéia nacional judaica.
            Neste artigo, dá-se uma panorâmica sobre o movimento dos judeus em direção à Palestina (ou Israel) e as contradições geradas por este movimento tanto no mundo árabe como no mundo judaico e junto às nações ocidentais. Para tanto, são tomadas como referência as diferentes ondas migratórias judaicas que dariam o perfil que o país tem hoje.
            Durante muitos séculos, ao fim das orações, os judeus se auguravam, saudosamente, encontrar-se “o ano vindouro em Jerusalém”. Mas somente no século 19 foram esboçadas as primeiras tentativas de colonização agrícola judaica na Palestina. Em 1881, foi desencadeada uma série de pogroms na Rússia. Em 1882, partiu para a Palestina o primeiro grupo de jovens, composto por 13 rapazes e uma moça. Logo depois se uniram a este grupo pioneiro mais algumas dezenas de estudantes secundários e universitários. Embora idealistas, na acepção mais romântica da palavra, anunciavam objetos concretos: pretendiam encontrar, não o refúgio onde pudessem estudar e rezar sem serem molestados ou descansar depois de mortos em solo sagrado, mas construir, na Palestina, uma casa para a sua e as demais gerações.
            Achavam que só à base da lavoura seria possível construir uma comunidade produtiva, criaram várias colônias como Rishon Letzion (O Primeiro de Sião) e Ness Tziona (O Milagre de Sião), em 1882, e Mishmar Hayarden (O Guardião do Jordão), em 1890, mas após alguns anos a iniciativa beirava o fracasso. A maior parte desses colonizadores era constituída de estudantes sem conhecimento do trabalho agrícola. Chegando ao país, defrontaram-se com problemas concretos. Havia falta de água em quase todo o país. A região de Hule, ao norte, era pantanosa, provocando doenças tropicais desconhecidas dos imigrantes. Não podiam contar com aqueles que já residiam no país, ou eram árabes sujeitos a um regime feudal de trabalho, ou judeus ortodoxos, desligados de problemas terrenos. Além disso, o domínio turco, a quem a Palestina esteve sujeita de 1517 a 1917, criava os maiores embaraços, pois se temia uma modificação no panorama sócio-econômico do país e uma intervenção estrangeira.
            A mão-de-obra judaica era rara e inconstante pelo pequeno número de imigrantes e pela grande proporção daqueles que voltavam à sua terra natal, enquanto a mão-de-obra árabe era abundante e estável. A judaica, comparada com a árabe, era cara, pois o mínimo necessário ao imigrante europeu era mais que o máximo oferecido pelo felá. Os judeus chegavam à Palestina portando na bagagem uma consciência de classe muito elevada, o que não acontecia com o camponês árabe, que nenhuma tradição de luta social tinha. Além disso, o proprietário de terras preferia o árabe ao judeu, pois aquele, experimentado no tipo de lavoura desenvolvido, era um trabalhador mais eficiente.
            Assim, a fixação do imigrante ao solo se dava apenas quando conseguia ser proprietário. A continuar naquele ritmo o imigrante não passava de uma espécie de effendi judeu, identificado como elemento da classe dominante, divorciado tanto do seu povo como do lavrador árabe.
            A segunda onda migratória, que durou de 1905 a 1914, foi aquela que, corrigindo a situação anômala referida, deu características marcantes à colonização judaica da Palestina, além de fornecer a primeira geração de líderes do futuro Estado, como Ben Gurion. Outra vez um pogrom foi o responsável imediato: desta feita foram as perseguições de Kischinev, na Rússia, de 1903 a 1905. A frustrada Revolução de 1905 e o populismo socialista moldaram esse grupo de elementos das classes média e pobre, dentro de uma visão proletário-camponesa. Sua consciência de classe era fruto não apenas do pragmatismo, como de conclusões teóricas. Frustrados como revolucionários de 1905, atacados como judeus em sucessivos pogroms, deixaram de ser revolucionários judeus para se constituir em judeus revolucionários.
            Felizmente para os emigrantes da segunda onda migratória, uma entidade tinha aparecido em 1817: a Organização Sionista. Criada por inspiração de Theodor Herzl, sua meta era erguer na Palestina um lar nacional para o povo judeu que fosse assegurado pelo direito público. Tentou, por isso, entrar em entendimento com a Turquia, país mandatário, enquanto eram criados, em 1889, um Banco (o Banco de Colonização Judaica) e um Fundo Especial para comprar de terras na Palestina (o Keren Kayement de Israel).
            A missão principal do Fundo era adquirir terras na Palestina para que, sendo propriedade de todo o povo judeu, não pudessem ser vendidas, mas apenas arrendadas aos lavradores mediante determinada taxa. A intenção era a de estabelecer a propriedade nacional agrícola, evitando especulações futuras e desvios de objetivos. O primeiro exemplo da concretização da ideologia com o pragmatismo do Fundo foi a criação da primeira kvutzá, Degânia (1909). Seus princípios, que foram a base do kibutz, eram os seguintes: 1) não havia trabalho assalariado; 2) o dinheiro não corria internamente; 3) os dirigentes eram os próprios componentes do grupo; 4) direitos iguais entre homens e mulheres; 5) a educação de responsabilidade da kvutzá, não dos pais.
            Também durante esta segunda onda imigratória é que uma língua hebraica foi estabelecida como sendo a da futura Nação. Herzl havia sugerido que “cada um guardasse a sua língua”, acenando com o exemplo da Federação Suíça, mas sua esdrúxula idéia não vingou. Um jovem russo, Eliezer Ben Yeudá, decidira apenas falar e ensinar em hebraico. Modificou formas verbais, atualizou o vocabulário e, aos poucos, transformou uma língua adormecida em viva. Os imigrantes da segunda onda imigratória a adotaram e fizeram como que nela fossem alfabetizados seus filhos.
            Enquanto isso, líderes judaicos negociavam com os ingleses para que eles encarassem com simpatia a questão do Estado judeu. Isto realmente aconteceu quando, no dia 2 de novembro de 1917, Sir Arthur James Balfour, ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, enviou ao Barão Rothchild a seguinte carta:
“2 de novembro de 1917.
Prezado Barão Rothchild.
È com satisfação que transmito a V. Excia., em nome do Governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de solidariedade para com as aspirações sionistas dos judeus, que foram submetidas e aprovadas pelo gabinete:
O Governo de Sua Majestade é favorável ao estabelecimento, na Palestina, de um Lar nacional Judaico e com todo o empenho procurará alcançar este objetivo, sendo entendido que nada será feito no sentido de prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas na Palestina ou dos direitos e status político usufruídos pelos judeus nos outros países.
Solicito-lhe comunicar esta reclamação à Federação Sionista.
a.......”
            Em dezembro de 1917, o general Allenby entrou em Jerusalém, iniciando o domínio inglês que duraria 30 anos. De início, a dominação inglesa foi favorável ao país, pois construiu estradas de rodagem e de ferro, facilitando o intercâmbio entre as diversas colônias. Depois, deixou de lado a Declaração Balfour e as aparências para realizar o seu jogo imperialista, incentivando a rivalidade entre árabes e judeus.
os ingleses, interessados no petróleo do Oriente Médio, queriam contar com os judeus aos quais consideravam ocidentais, seus semelhantes, sem desagradar os árabes das classes dominantes que lhes davam as concessões da exploração petrolífera. Seu discurso ambivalente falava em entendimento, mas sua preocupação era que árabes e judeus não mantivessem boas relações e eles, os ingleses, pudessem permanecer por lá indefinidamente.
            A rigor, a terceira onda migratória (1919-1923) poderia se constituir como continuação da segunda, interrompida apenas pela Guerra Mundial. Faz-se, entretanto, a separação porque, além de haver uma guerra de grandes proporções entre elas, os componentes (25 mil) desta onda imigratória possuíam uma formação ideológica marcadamente esquerdista, além de terem tido, em seus países de origem, um período de preparação agrícola. Uma vez na Palestina, diferenciaram-se dos já radicados por uma posição política que os levou a uma definição partidária diversa; na prática, porém, tanto a meta como os meio foram os mesmos: a busca da realização nacional pelo trabalho agrícola.
            Com o aumento progressivo das colônias, foram se fixando novos métodos de colonização. A Organização Sionista apoiava apenas as comunidades fundadas na base do autotrabalho. Não era permitida a contratação de forças de trabalho estranhas. O Keren Kaiemet arrendava as terras por uma taxa irrisória, além de financiar a compra de um equipamento mínimo, em condições vantajosas.
            Aos poucos a kvutzá, que por definição não podia ter mais de 20 membros, foi sendo considerada tacanha para as necessidades individuais e coletivas dos pioneiros. Percebia-se que, além de não poderem acolher imigrantes em número suficiente, pequenos atritos poderiam resultar fatais para a sobrevivência do organismo. Daí surgir kibutz, cuja diferença maior em relação à kvutzá é quantitativa e não qualitativa. O kibutz, pelo fato de ser mais amplo, é mais auto-suficiente, por permitir a existência, em seus quadros, de pessoas de diferentes ofícios, distintos da agricultura, indispensáveis a uma comunidade.
            Outro modelo de estabelecimento agrícola fixado naquele tempo foi o moshav. Desde o início da colonização havia aqueles que não se amoldavam à vida em coletivo. Esses trabalhadores fundaram cooperativas de pequenas lavouras onde cada um tinha direito de desenvolver suas idéias e produzir para si. Havia, porém, grandes máquinas compradas pelos cooperados e utilizadas segundo rodízio pré-determinado. A venda da produção também era feita por uma administração central, que procurava, unificando os esforços, conseguir vantagens comuns. Havia ainda no moshav um código de ética que exigia auxílio mútuo em caso de necessidade.
            Além desses sistemas estruturados pela Organização Sionista, subsistiam as colônias particulares fundadas durante a primeira onda migratória. Essas colônias, ao contrário das demais, continuaram, enquanto puderem, a empregar o trabalho assalariado, particularmente o árabe.
            A quarta onda migratória se estendeu de 1924 a 1931 e teve, quantitativamente, importância superior a qualquer das três anteriores: 65 mil judeus entraram na Palestina naqueles anos. Também esta foi provocada por fatos exteriores. O governo dos Estados Unidos estabeleceu uma quota determinada para imigrantes de todos os países. Os judeus poloneses que, por razões de ordem econômica, abandonavam seu país com vistas ao Eldorado americano, vendo baldadas suas expectativas, ouviram o aceno da longínqua Palestina e para lá partiram. Assim, além de poloneses, os camponeses da quarta onda migratória eram, em sua maioria, da classe média, atraídos mais pela cidade do que pelo campo. Mesmo os que foram trabalhar na lavoura fizeram-no por falta de alternativa e não por convicção ideológica. É nessa época que surge grande número de casas comerciais e pequenas oficinas manufatureiras pertencentes a judeus.
            Perto do final da década de 20, a situação estava excepcional, comparativamente a outras épocas. O Instituto de Pesquisas Agrícolas possuía estações e campos experimentais por todo o lado; os colonos recebiam um treinamento altamente científico; novas comunidades agrícolas surgiam em diferentes regiões do país, já agora não como frutos de um empirismo, mas de uma planificação racional; paralelamente, o Departamento de Colonização construíra casas e demais instalações nas colônias de modo mais apurado e barato que anteriormente.
            Entre 1933 a 1939 transladaram-se à Palestina cerca de 240 mil imigrantes, boa parte formada por alemães e cidadãos temerosos da vitória nazista numa guerra que já parecia inevitável. Os imigrantes da quinta onda, dentre os quais boa parte era formada por profissionais liberais e pequenos industriais, desenvolveram o país de maneira extraordinária. As cidades se assemelharam às modernas urbes européias, aumentando vertiginosamente de população enquanto as empresas ganharam administração profissional. No campo, o plantio de laranja para exportação subiu, entre 1926 e 1937, de 2 para 13,5 milhões de caixas, a irrigação artificial, obrigatória num país de tão poucas vertentes e com um período de seca variável de seis a oito meses, desenvolveu-se de tal forma que a agricultura passou a ser lucrativa.
            Mas nem tudo ia bem. Os ingleses publicaram, em maio de 1939, seu Livro Branco sobre a Palestina. Seu principal objetivo era dificultar a entrada de mais judeus na Palestina. A resposta dos judeus foi criar novas colônias a fim de tomar posse das regiões onde era reduzido o número de comunidades. São dessa época os kibutzim de torre e muralha: saíam os colonizadores, de madrugada, de alguma outra colônia, e montavam, com material pré-fabricado, uma muralha para a defesa e uma torre para servir de vigia. Ao anoitecer, tinham de estar prontas e apenas depois é que havia a preocupação de levantar as edificações. Foram construídas naquela época 55 colônias, no vale Beit Shean, no vale do Jordão, na Galiléia Superior e no Sul da Judéia. Já estava clara a idéia de que havia que ampliar o espaço de ocupação judaica.
            A Palestina foi duramente atingida pela Segunda Guerra Mundial, principalmente pela dificuldade da importação e exportação de produtos. Para controlar a tensão local, os ingleses tomaram medidas antipáticas, como autorizar a entrada de apenas 10 mil por ano durante a época do conflito. Durante este mesmo período, os judeus eram exterminados em campos nazistas. Embora lutassem contra os alemães ao lado dos ingleses, estes eram extremamente rígidos na cota de imigração fixada. O navio Struma, de 200 toneladas, destinado a transportar gado nas costas romenas, trouxe, em fevereiro de 1942, 769 refugiados dos territórios ocupados pelos nazista; barrado pelos ingleses, foi mandado de volta para afundar no Mar Negro.
            Em fins de 1947, a ONU aprovou a partilha da Palestina, com o apoio dos EUA e da URSS, dividindo a região numa zona para árabes e outra para os judeus. No dia 14 de maio de 1948, era anunciada a criação de um Estado nacional judaico. Desunidos, os árabes não fizeram o mesmo, até porque não haviam desenvolvido até então nem as bases materiais, nem ao menos a própria identidade nacional, que iriam adquirir na sua luta pela sua especificidade palestina.
            O Estado de Israel logo avisou que estaria aberto à imigração dos judeus de todos os países. As cotas de imigração limitada foram anuladas, pois o Estado passava a não apenas aceitar como ainda a fomentar a vinda dos judeus.
            A imigração foi tão volumosa que a população judaica mais do que dobrou nos três primeiros anos posteriores à Independência (de 650 mil para 1,3 milhões de habitantes).
            A mistura se tornou muito grande, não havia identidade social, econômica ou cultural. Ao lado de professores universitários europeus vinham analfabetos iemenitas; junto com homens do século 20 chegavam pessoas cujo padrão de vida era medieval.
            As soluções tiveram que vir com urgência. Utilizava-se a mão-de-obra dos próprios imigrantes para a construção de suas casas e edifícios necessários ao país. Entre 1948 e 1963, o Ministério do Trabalho e Educação construiu 250 mil residências. Novas cidades foram levantadas e lotes de terras, entregues àqueles que queriam se dedicar ao trabalho agrícola. Escolas rápidas de ensino de hebraico se tornaram produtos de primeira necessidade.
            Contra a opinião de muitos, que achavam que Israel não resistiria aos primeiros contratempos, o país lá está. Criado de forma laica, por laicos, o Estado hoje se vê dividido entre fundamentalistas e seus aliados (que acreditam na origem divina da terra  e na aplicação rigorosa das leis judaicas interpretadas da forma mais rigorosa) e os laicos, que acreditam que a terra não é de deus nem do diabo, mas dos homens. Dentre estes estão os que acham uma paz justa com os palestinos possível. Há fundadas esperanças de que o judaísmo, antes uma religião tribal e depois uma visão de mundo universalista, não recue, e que Israel não se torne uma terra de aiatolás rabínicos. Se nenhum país pode ser a terra dos sonhos sonhados, ao menos, ser a terra dos sonhos vividos.


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