Entrevista - Letras e leituras

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Jaime Pinsky

Historiador, editor, professor e criador da editora da Unicamp. Doutor pela USP e colaborador das editoras Brasiliense, Global e Atual. Autor de mais de duas dezenas de livros. Só para destacar alguns: História da Cidadania, As primeiras civilizações, O Brasil tem futuro? e Origens do Nacionalismo Judaico. Dirige a Editora Contexto e colabora com revistas e jornais como: Correio Braziliense, do qual é articulista.
 
Veja no JOGO RÁPIDO os livros marcantes para Jaime Pinsky citados no programa:
 
Livros que marcaram sua trajetória
O último justo de André Schwartz Bart.
Lolita de Nabokov.
O Complexo de Portnoy de Philip Roth.

Como historiador, quais livros você recomenda para quem gosta do assunto
História da cidadania – que concebi e executei junto com minha mulher a historiadora Carla Bassanezi Pinsky, com a colaboração de um punhado de grandes autores brasileiros. Trata do processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar os direitos civis, políticos e sociais, assim como dos passos que faltam para integrar os que ainda não são cidadãos plenos. As biografias brilhantes de Isaac Deutscher sobre Stalin e Trotsky. Deutscher pensa bem e escreve melhor ainda. Um clássico do marxismo. A riqueza e a pobreza das nações de David Landes – narra a história da criação de riquezas e explica como por que algumas nações se desenvolveram enquanto outras fracassaram economicamente. Um historiador conservador e um livro instigante, que deve ser lido sem preconceito. As primeiras civilizações, que escrevi sobre o processo civilizatório que conduziu nossos ancestrais à conquista da fala, da agricultura, da escrita, à criação das cidades e dos impérios, à construção de templos e palácios, ao controle sobre os rios. Recomendo para quem quiser conhecer pitecantropídeos e homo sapiens, coletores e agricultores, sociedades tribais e grandes impérios, egípcios, mesopotâmicos e hebreus.

Escritores fundamentais para compreender o mundo contemporâneo
Eric Hobsbawm, em Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991.
Göran Therborn, em Sexo e poder: a família no mundo 1900-2000.

Obra ou autor que você gostaria de publicar
São muitos, todos os bons! Mas, pelo menos, já pude realizar o sonho de publicar dois deles recentemente: Michelle Perrot, de quem publiquei: Minha história das mulheres, sem dúvida a obra mais acessível e instigante dessa grande historiadora.
Jack Good, autor de: O roubo da história (em julho nas livrarias) e o meu antropólogo favorito, criativo, crítico e profundo conhecedor de história.

Livro de cabeceira
Memórias do cárcere de Graciliano Ramos – estilo enxuto, econômico, inigualável. Para mim o maior escritor brasileiro depois de Machado de Assis.

Título inesquecível
De amor e trevas de Amós Oz.

Literatura brasileira
Memorial de Aires de Machado de Assis.

Um sucesso da Contexto
Os Monoteístas de F.E Peters.

Romance do coração
Lolita de Nabokov. Comovente, provocador, trágico.

Clássicos estrangeiros
Crime e castigo de Dostoiévski.

O melhor da literatura judaica
Os contos de Shalom Aleichem (na tradução de Jacó Ginsburg, para a editora Perspectiva) e os romances de Isaac Bashevis Singer: Satã em Gorai, Escória, Shosha, Sombras sobre o rio Hudson,O Certificado.

Nota de Rodapé
“O elogio da ignorância, que desqualifica a leitura, a música de qualidade, a cultura artística e humanista, tenta se apresentar como atitude democrática, mas não o é. Trata-se de uma face disfarçada do preconceito e da discriminação.”